Ao longo dos meus 35 anos de trajetória no mundo corporativo, passei por diversas experiências que moldaram minha visão sobre liderança, estratégia e comportamento humano. Já ocupei cargos de alta gestão, tomei decisões difíceis e aprendi lições valiosas sobre o jogo do poder dentro das organizações.
Entre tantas pessoas brilhantes e inspiradoras que cruzaram meu caminho, também me deparei com um perfil recorrente: o do egocêntrico e do narcisista corporativo. Não poderia deixar de fazer um paralelo com o filosofo Friedrich Nietzsche, que descreveu em suas reflexões sobre a vontade de potência, que as pessoas não buscam apenas crescer, mas sim dominar, diminuir os outros e monopolizar a narrativa ao seu favor.

O Narcisismo no Mundo Corporativo
O narcisista corporativo é aquele que se alimenta do brilho próprio, mas teme qualquer sombra que possa obscurecer sua imagem. Para ele, a inteligência alheia é uma ameaça, e não uma oportunidade de aprendizado. Vi muitos líderes e colegas sabotarem talentos, criar ambientes tóxicos e se cercar de bajuladores, tudo para manter uma ilusão de controle absoluto.

Nietzsche dizia: “Quem combate monstros deve tomar cuidado para não se tornar um.” E é exatamente isso que acontece quando deixamos essas personalidades moldarem a cultura das empresas. Ambientes onde o medo substitui a inovação, onde a competição destrutiva toma o lugar da colaboração, e onde o ego se torna mais importante do que os resultados sustentáveis.

A Perspectiva de Jung sobre Narcisismo e Egocentrismo
Carl Jung, um dos maiores psicólogos do século XX, tinha uma visão complementar sobre o narcisismo e o egocentrismo. Para Jung, o narcisismo não é apenas uma obsessão com a própria imagem, mas uma forma de defesa contra a insegurança interna. O ego, segundo ele, é uma construção psicológica que muitas vezes se torna uma máscara rígida, que nos impede de acessar a totalidade do nosso ser. O narcisista, nesse sentido, está tão fixado na sua própria imagem que se distancia da verdadeira autenticidade e da conexão genuína com os outros.

Jung afirmava que o egocentrismo é um estágio necessário do desenvolvimento humano, mas, quando não é transcendido, se torna um bloqueio para o crescimento psicológico. Ele acreditava que, em determinado ponto, o indivíduo deveria integrar as partes sombrias de si mesmo, o que ele chamava de sombra. O egocêntrico se apega à sua identidade limitada, recusando-se a confrontar suas vulnerabilidades ou aceitar críticas construtivas. Em vez disso, ele cria uma realidade paralela onde sua visão de mundo é a única válida.
Jung sugeria que, para atingir a verdadeira individuação — o processo de se tornar a melhor versão de si mesmo — era necessário transcender esses padrões egocêntricos e narcisistas, abraçando a totalidade da psique, que inclui a sombra, os aspectos rejeitados e desconhecidos de nós mesmos. Em outras palavras, ao falarmos sobre narcisismo e egocentrismo não podemos deixar de olhar para nosso lado sombrio e, com a devida maturidade, enxergarmos quando somos nós, os algozes em tal teatro corporativo.

Como Sobreviver (e crescer) em Meio a Isso?
Com o tempo, aprendi a identificar esses padrões e desenvolver estratégias para não ser sugado por esse jogo. Algumas lições que carrego:

E você? Já passou por situações assim? Como lidou com personalidades egocêntricas no seu ambiente de trabalho? Comente aqui, vamos trocar experiências!

Robson Profeta é Consultor Estratégico, membro da Associação Mensa Brasil, Executivo C-Level interino, Membro de Conselho de Administração, Mentor, Escritor e Palestrante.


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